quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Quando o meu plano B é o plano A de Deus


Estávamos com 38 semanas de gestação super animados em parir o nosso menino na casa Angela, local onde Maria nasceu em 2013. Pra quem não conhece a Casa Angela é um centro de parto normal humanizado, onde o tempo do nascimento do bebê e dos pais, especialmente a mãe é respeitado e o parto acontece sem intervenções desnecessárias como episiotomia de rotina, uso de oxitocina para induzir o parto, entre outras coisas... então... estávamos nós animados, quando o resultado do último exame chegou: strepto B positivo - isso significa que eu possuia a bactéria estreptococo B na região da vagina (e até uma em cada três grávidas carregam essa bactéria). Não há risco para a mãe nem para o bebê, enquanto ele está dentro da sua barriga. A questão é na hora do parto. Para evitar uma infecção no bebê ou na mãe, os médicos precisam administrar antibiótico pela veia (no "soro"). 
Aí é que a coisa começou a mudar... seguindo o protocolo da Casa eu não poderia parir Arthur lá com esse resultado. Fiquei muito triste, afinal já havia escrito meu plano de parto e estava animada com várias posições e possibilidades para receber nosso pequeno. Refiz o teste: positivo de novo, já estava prestes a iniciar a 40a semana quando decidimos partir, para o "plano B". Não foi fácil. Quem me conhece sabe que eu não gosto do ambiente hospitalar e que parir um bebê lá nao era algo que almejava. Mas não tinha escolha, então, fomos conhecer o hospital da Luz em Vila Mariana, foi muito bom, tiramos dúvidas e eu fiquei tranquila
quanto ao lugar, eles pareciam favoráveis ao parto normal, embora realizassem alguns procedimentos que eu não gostaria que acontecesse, mas enfim... aprendi com isso, que nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente quer. Aprendi com amigas queridas que "Deus sabe do que eu preciso" e que "Deus não perde o controle, mesmo quando eu perco o controle". É preciso confiar, descansar e se alegrar não soberania de Deus. Não é fácil, mas é preciso.
Então, na quinta feira 27 de Outubro (data prevista do parto) meu Thutu chegou! Pela manhã estava tranquila e com muito sono, mesmo assim fui brincar com Maria Clara na quadra do condomínio... jogamos bola e ela andou de bicicleta. Voltamos para o apartamento, Dna Cida, uma senhora que está me ajudando com os afazeres domésticos estava limpando a sala... almoçamos e coloquei Maria para descansar no quarto dela e fui par ao meu. Peguei minha Bíblia é pela data fui ler um salmo... o salmo 127: Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá". Naquele momento eu soube que o Arthur nasceria naquele dia. Véspera do aniversário da Irma! Deitei, e senti uma contração diferente. Durante a hora seguinte senti algumas contrações espaçadas... as 15h senti uma forte, aproveitei e dei banho na Maria Clara, durante o banho dela, senti outra contração, pensei: começou! se fosse de treinamento não teria sentido enquanto banhava Maria! Mandei uma msg pro 
Celio, perguntando que horas ele viria e apenas escrevi: as contrações estão vindo mais fortes. Ele soube também que tinha começado! Enquanto isso... mandei mensagens para algumas amigas, que entraram no trabalho de parto  comigo! Cada uma em uma cidade  mas na mesma sintonia. Avisei a Karina que também já se preparou para ir ao nosso encontro no hospital para pegar Maria. As contrações vinham de 3 em 3 minutos e forte! 
Tomei banho e lá se foi todo o meu tampão! Quando sai, dna Cida exclamou: Ester! Tua barriga baixou! E logo o Celio chegou e nós saimos.. no carro já estava tocando a playlist que tinha preparado e entrei no clima, Celio estava um pouco nervoso, ansioso talvez e o trânsito estava intenso, até a polícia o pai da criança chamou para nos ajudar a passar pelos faróis vermelhos, mas eles não nos encontraram... em meio às
contrações cada vez mais fortes, uma canção diferente me fazia chega mais perto do criador... senti a presença dele e isso me deu tranquilidade... pouco mais 1 hora e chegamos! Ufa! Entramos no consultório do ps e as contrações estavam fortes, com menos espaço entre elas e vontade de empurrar... encontrei a médica que no dia anterior havia nos atendido (cardiotoco de rotina) e ela toda feliz disse: Vai nascer hoje! Eram 17:40 Ela empolgadas me examinou 8cm! uau! 8 cm! Descemos para o pré parto, Celio nem conseguiu assinar a internação, mandaram ele se trocar, ele entregou minha bolsa pra Karina e pediu pra elas esperarem 
um pouco.. ainda bem, porque se ele tivesse ido colocar a cadeirinha no carro da Ka, tinha perdido o parto.
Cheguei no pre parto, uma contração daquelas, me agachei e a bolsa estourou! As enfermeiras correram para me dar a medicação e uma médica fez o exame de toque: dilatação  total, e o bebê tá descendo! Celio chegou e eu empurrei, ele fez o movimento de encaixe e chegou! 






 
pronto!" Vamos para a sala de parto! Gente, Sério! O neném tava nascendo e elas queriam que andasse para a outra sala! Achei que ele fosse cair! Haha. Chegamos lá.. deitei na maca... uma médica a minha frente e outra segurando minha mão, ela disse uns 3 empurrões longos e ele nasce! Me apeguei a isso, Celio estava do meu lado direito me dando apoio e força, 3 empurrões, um grito "vem Thutu" e ele chegou!


Lindo e gordinho! forte como um touro! as 18:35 ele chegou! Aí que emoção! Meu menino havia nascido! Sem anestesia, sem oxitocina, não consegui fugir da episio, mas o cordão só foi cortado quando ele parou de pulsar.. meu neném veio para o meu colo e depois de pesado, ficou 1 hora comigo mamando... foi de mais! Rápido, lembro me de ter pedido isso ao Senhor, que fosse rapido! Só não imaginaria que fosse tão rápido! Dormiu a noite toda e depois de 48horas e muitos exames por conta do strepto recebemos alta e fomos pra casa..
Ah em casa foi outra emoção, Maria não se conteve! O sorriso dela expressava a mais pura alegria em conhecer o irmão! E ela amou esse irmão! E o ama a cada dia, a cada momento! 

O nascimento do Arthur me ensinou que podemos fazer planos, mas a resposta certa, vem do Senhor, me mostrou que mesmo achando que estava sozinha, 
minhas amigas sempre estiveram perto e presente! Me ensinou que o melhor presente 
que um pai pode dar a um filho é um irmão e que o nosso amor só aumenta a cada dia que passa, coletiva e individualmente. Assim como o amor de Deus por nós.

 Amo minha família! Amo meu marido que 
me deu força quando eu precisava, que ficou comigo naquele hospital mesmo exausto e que durante toda a primeira semana cuidou da nossa comida, da nossa casa, da nossa filha e de mim! 

Deus é bom! O tempo todo ele é bom! Mesmo quando ele muda os nossos planos... Ele continua sendo bom é soberano!